segunda-feira, 3 de junho de 2013

Trabalhar na Academia: Criatividade

A carreira académica foi para a esmagadora maioria dos docentes e investigadores uma opção deliberada e uma vocação.

Não foi apenas uma oportunidade de emprego, foi uma escolha de vida. Implica ao mesmo tempo um exercício de afirmação de autoria individual, mas também de intenso intercâmbio, com colegas e alunos e de participação útil nas dinâmicas da sociedade.

Aspiramos a uma realização intelectual que se desdobra em múltiplos planos: estudar, ensinar, aprender sempre, investigar, descobrir, debater ideias, contribuir para a transmissão de conhecimento.

Queremos ajudar a abrir o pensamento a novas visões, através de uma verdadeira criatividade intelectual, portadora de mudança e de esperança.

Orgulhamo-nos por contribuir para a formação de pessoas que sabem pensar, que adquirem apetrechos para uma vida profissional compensadora, que se assumem como cidadãos com sentido de responsabilidade para com a comunidade.

Gostamos da diversidade de um trabalho em que somos mestres e aprendizes, e não tememos as tarefas de gestão e organizativas, quando bem doseadas. E queremos participar na gestão democrática da nossa instituição.

Desejamos acolher colegas mais jovens para partilhar o nosso trabalho e discutir as nossas ideias, pois tememos a esclerose de uma instituição não renovada.

Pensar, estudar, escrever exigem tempo e concentração. A universidade deve facultar-nos essas condições. A criatividade precisa delas. O trabalho bem feito exige-as.

O excesso de tarefas administrativas, a fragmentação do tempo de trabalho, a permanente instabilidade organizacional, a insuficiência de apoio técnico, a complicação desnecessária e a tortuosidade burocrática, a escassez de participação no que nos diz respeito, são decididamente nossos inimigos.

Nestas matérias, o ISCTE tem de mudar de rumo urgentemente. E nós propomo-nos contribuir para a busca de soluções e de caminhos, com imaginação e auscultação de todos.

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