sábado, 1 de junho de 2013

Competição versus cooperação e confiança

Imaginemos que a universidade era uma empresa (não é!). Imaginemos que geria os seus recursos humanos como uma empresa. Existiria um modelo único de gestão eficaz?

Recapitulemos. A pronunciada hierarquização, a comunicação de cima para baixo, a fraca auscultação das bases, a fixação de objetivos e metas de produtividade exclusivamente individuais, a decomposição do trabalho em tarefas parametrizáveis, são características fundamentais da empresa taylorista, há muito postas de parte pelas teorias avançadas de gestão.
A partir dos anos 1980, outras formas organizacionais foram difundidas na economia, muito em particular nos novos sectores que se baseiam na inovação e na geração de conhecimento. Estas novas formas privilegiam o trabalho em equipa, a mobilização da inteligência e iniciativa dos trabalhadores, a flexibilidade e inventividade nos procedimentos, o enriquecimento do trabalho, a atenuação dos níveis hierárquicos, a cooperação e a confiança no lugar da competição.
A procura de bem-estar dentro da organização tornou-se uma fonte de progresso social, e também de criação de inovação e de riqueza.
Porque, na sociedade do conhecimento, os mais hábeis gestores sabem que os ativos mais importantes de que dispõem são os seus trabalhadores, pelo que estimulam a aprendizagem permanente a nível individual e coletivo.
Agora imagine a tentativa de aplicar um modelo com ressonâncias tayloristas a trabalhadores doutorados - cuja criatividade depende da plena ação das suas capacidades intelectuais, da aptidão para colaborarem em equipas de ensino e de investigação, da confiança que depositam naqueles com que partilham as suas ideias e que, convenhamos, possuem uma elevada mobilidade com oportunidades a nível internacional.
Acha que isto pode resultar?

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