Neste domínio o ISCTE-IUL deve urgentemente mudar de rumo. Com efeito, verificou-se no último quadriénio uma centralização excessiva de funções e de informação na Reitoria, que se manifesta de muitas maneiras:
Nas unidades orgânicas de base: 1 – forma de designação dos diretores das unidades orgânicas que amplia os poderes discricionários do Reitor, com a maioria delas a terem de submeter vários nomes para escolha superior;
2 – apagamento dos Plenários de Departamento, espaços anteriormente privilegiados de informação e discussão;
Nos órgãos de consulta: 3 - marcação com muito pouca antecedência de reuniões relevantes (Senado, por ex.) que se converteram em meros rituais de apresentação de números e onde não existe debate digno desse nome;
No acesso à informação: 4 – inexistência de informação clara e acessível sobre assuntos vitais como a contratação e respetivas regras de repartição, a abertura de concursos, etc.
Nos procedimentos administrativos: 5 – A centralização de um vasto conjunto de procedimentos, como a autorização das deslocações de docentes e investiga-dores.
Na estrutura organizacional: 6 – Imposição, ou tentativa, de reconfigurações institucionais sem ouvir os próprios interessados e atropelando os seus direitos mais óbvios.
Estes problemas - centralismo excessivo, não cumprimento das regras da democracia interna e opacidade – tornaram-se muito sérios. Não se resolvem apenas com a implementação de sistemas de informação de gestão e de contabilidade analítica, apesar de necessários. Nem melhorando a Intranet, apesar de indispensável.
Resolve-se transferindo competências para os verdadeiros órgãos intermédios, as Escolas, e restabe-lecendo os mecanismos de funcionamento democrático dos órgãos aos vários níveis.
A solução não é o empreendedorismo interno. É a democracia, a descentralização e maior autonomia. Só estas permitirão mobilizar o maior número de membros da instituição para os grandes desafios que temos de enfrentar.
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